foto Simone Mattos - reunião final na EM Paula Buarque
O Projeto ESCOLA DA PAZ, trabalhando o conceito de CIDADANIA ESCOLAR, visa a resgatar a autoridade dos pais, o respeito à escola e o senso de protagonismo dos alunos, que passa por obediência e compromisso. Saiba como funciona no Caderno de Apresentação e Orientações, em link na coluna à direita. - - : denilsoncdearaujo@gmail.com
O PROJETO ESCOLA DA PAZ, POR MIM CRIADO, E NO QUAL ATUAVA EM REPRESENTAÇÃO DA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE DE PETRÓPOLIS, FOI ENCERRADO.SE VOCÊ O ESTÁ CONHECENDO NESTA VISITA, FIQUE À VONTADE E VISITE O BLOG. HÁ MUITA COISA QUE PODE SER ÚTIL A VOCÊ, À SUA FAMÍLIA E À SUA ESCOLA. FOI UMA AVENTURA MUITO LINDA. COMPROVE.ESTAMOS REPENSANDO UM OUTRO MODELO A SER IMPLANTANDO, COM PARCERIA DA OSCIP "REVIVAS".POR ORA, SE DESEJAR ACOMPANHAR AS MINHAS ATIVIDADES E PALESTRAS, VÁ AO MEU BLOG PESSOAL: http://denilsoncdearaujo.blogspot.com/Obrigado! DenIlson Cardoso de Araújo.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Reunião dia 05/08!

Segunda, dia 05/08 - 09:30 hs - no Fórum da Barão
Reunião Geral de Retomada do Projeto ESCOLA DA PAZ - 2º semestre/2013

sexta-feira, 19 de julho de 2013

JARDIM DE AUTODIDATAS

Denilson Cardoso de Araújo

Padeci grave fobia de sala de aula. Explico. Meu pai, Dinizar de Araújo, grande educador, implantou o CENIP, na gestão do governador Geremias Fontes. Eu terminara o primário, daí fui ao ginasial, no gigantesco colégio. Do mundinho acolhedor do Instituto Paulo Barbosa, me vi, repentinamente, no CENIP de zilhares de alunos. Descobriram logo o “filho do diretor”. Ah, coitado.

Colegas apresentaram ao acanhado menino que eu era o que hoje é bullying. Professores usavam nociva rispidez, alguns me expunham ao ridículo. Transferência rasteira, para atingir diretor com quem tinham lá desavenças. Um professor de português punha-me a ler em sala, pelo prazer de grosseiramente interromper-me ridicularizando a titubeante leitura de “analfabeto”, dizia. Tempos de ditadura militar. Aterrorizado, assisti professor de inglês expulsar colega a pontapés, porque conversava. Ainda alvejou o apavorado aluno com a maleta de livros. Doutra feita, professor de latim, militar reformado, na repreensão à turma, sacou um revólver! Esbravejando, apontou-o no colega à minha frente. Encolhi-me à mira daquele cano que parecia medir o meio da minha testa.

O acúmulo de traumas me pôs gazeteiro, militante e juramentado. Afora período de heroico time de futebol, o Trilume, que se empenhava em campos de pelada pela cidade, matei aula em bibliotecas. Leitor voraz precoce, alfabetizado em casa, namorava livros fechados nos vidros da cobiçada estante paterna. Daí, múltiplas fichas de sócio, em bibliotecas várias. Retirava 04 livros de uma vez, na Toca da Coruja, orgulhoso de ser leitor assim confiável.

Fobia de sala de aula em rato de bibliotecas fez-me autodidata. É temerário assim dizer-se, pois, muitos entendem ser desculpa de ignorante vaidoso. Não ligo. Autodidata sou. O que, se deu solução à indigência acadêmica, pôs dificuldade quando, já adulto, superei os traumas da carteira escolar. Problemas de método. O autodidata aprende de modo peculiar. Dado um ponto de interesse, a curiosidade leva a busca do saber a direções diferentes, embora concêntricas, como pedra jogada no rio. É natural, a interdisciplinaridade. Já o ensino tradicional demanda sujeição ao discurso pronto, linearidade, cronograma, saberes estanques, em fila indiana e ritmo marcial. Não dá pra acampar num conhecimento, explorar suas trilhas paralelas. Isso sempre me angustiou. 

Após fazer provão para o segundo grau, tentei faculdade. Pouco. Dois anos de curso de Direito e desilusão. Vi autoritarismo docente. Ensino contábil, ao dizer de Paulo Freire, a dispensar qualquer questionamento aprofundado ou debate marginal. Quando veio o 11 de setembro, após um dia de debates com gente que se afligiu com a espetacular tragédia, projetei as grandes discussões que se travariam na Faculdade, até para aproveitar as perplexidades surgidas em corações e mentes. Nada! O tema, que daria aprendizado sério e profundo em tantos ramos do Direito, foi solenemente ignorado. Ao mesmo tempo, vi exigências de trabalhos monográficos em começo de curso, em ritmo alucinante, inviável a estudantes noturnos. Bibliografias em alemão (!), surgiram. Alunos lamentavam, mães estudantes choravam nas carteiras. Fiz monografia sobre a necessidade de otimizar de métodos dialéticos no currículo básico em detrimento de trabalhos extras irreais. O Coordenador do Curso revoltou-se. Achou científico, mas petulante. Vi que, àquela altura, a prioridade era o faz de conta de dissertações geradas na magia do “control+c/control+v”. Enchia relatórios, fazia vista. Era o que importava. Não a mim. Por isso, evadi.

Não me trago aqui como exemplo. Revelações pessoais aqui vêm como alerta. Primeiro de que, frente à arruinada escola de hoje, não se pode ser saudosista da escola autoritária de ontem. O fato de que lá alunos eram mais cordatos, que se levantavam à chegada do professor, não ocultam a verdade de que lá era possível humilhar estudantes a pontapés e ameaçá-los com armas. Segundo, é imprescindível à escola abandonar o método linha de produção, herdado do modelo germânico militarizado, que já esgotou seu papel. A escola não faz sentido para o aluno, em grande parte por não se conectar com os “11 de setembros” que dia a dia a cercam sem que ingressem em sala de aula como chamarizes do aprendizado. Terceiro, é necessário que a escola, a par de reprimir com firmeza o bullying, saiba tratar o diferente. Inclusive percebendo o aluno para quem a escola se fez trauma. De todos os professores que tiveram que aturar minhas evasões, encantou-me Maurício Cardoso de Mello e Silva. Percebendo minhas particularidades e desconfortos, demonstrou sagacidade. Dispensou-me das aulas, desde que em troca entregasse profusas redações, que fiz com alegria. Elasticidade genial, e capacidade de diagnose de um aluno em sua individualidade. Encantou-me. Evitei perder suas aulas empolgantes! 

A escola não deve ser saudosista. Deve ser dialógica. Acima de tudo, precisa encantar. Motivar alguém, com métodos corretos, a aprender por si mesmo, é o que de melhor a escola pode fazer pelo aluno. Ser um jardim de autodidatas - ou seja, de pessoas que aprenderam a aprender, e por isso, terão maior autonomia intelectual - é a meta. 

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denilsoncdearaujo.blogspot.com

quarta-feira, 3 de julho de 2013

FÉRIAS!!!

 
Sei que pra muita gente ainda não chegou a hora desse sorriso.
Mas deixo desde já meu abraço. Estou em férias, mas atento.
Aproveitem!